Quem abre um pacote de bala ou qualquer outro produto
e descarta a embalagem numa calçada pode pensar que aquilo não fará
diferença, mas está enganado. São muitos os riscos causados pelo acúmulo
de lixo - mesmo esses pequenininhos -, como enchentes e emissão de
gases tóxicos.
"O lixo também pode gerar chorume e contaminar a água e o solo. Ainda
pode servir de abrigo e alimento para animais e insetos que são vetores
de doenças. As mais comuns são a leptospirose, peste bubônica e tifo
murino, causadas pelos ratos, além de febre tifóide e cólera causadas
por baratas, malária, febre amarela, dengue, leishmaniose e elefantíase,
transmitidas por moscas, mosquitos e pernilongos". (Marçal Rizz,
professor assistente na Universidade Federal do Mato Grosso e doutorando
em Geografia na área de Dinâmica e Gestão Ambiental pela FCT/UNESP -
Campus de Presidente Prudente/SP)
Com tantos problemas originados pelo lixo, por que algumas pessoas
insistem em ignorar tudo isso e continuar jogando resíduos em locais
públicos? Será por falta de lixeiras ou falta de educação? Para
Marçal, as duas hipóteses são válidas. "Realmente existe um déficit de
lixeiras nas cidades. Até mesmo nas pequenas faltam lixeiras pelas ruas e
praças. Agora, não podemos nos esquecer do vandalismo contra as que
existem. Há quem arranque, danifique e até queime o lixo dentro delas. A
população é carente de uma educação ambiental, tanto dentro das
residências quanto nas escolas, embora haja uma campanha (tímida) na
mídia incentivando a destinação adequada dos lixos. A população não sabe
o que é feito com o seu lixo após ser colocado de fronte as suas casas.
Acreditam que o problema acaba ali, mas infelizmente, é ali o início do
problema se não for disposto de forma adequada", observa Marçal.
Mas, como todos produzimos lixo, todos somos, então responsáveis por
cuidados que amenizem as consequências ruins. Johnny (engenheiro
ambiental) lembra que "grande quantidade do lixo domiciliar pode se
tornar matéria-prima para produção de novos produtos".
O ideal seria separar o lixo domiciliar em duas partes: a parte não
reciclável e a parte reciclável. A não reciclável (tecidos, fraudas
descartáveis, papel higiênico, restos de carne, frutas, verduras e
outros alimentos) deve ser descartada em aterros sanitários. Vale
lembrar que restos de frutas, cascas e alimentos podem se usados para a
fabricação de adubo orgânico.
Já o material seco que pode ser reciclado ou reutilizado, deve ser
encaminhado à coleta seletiva".
Antes de tudo, busque diminuir quantidade de lixo que produz e fique
de olho no que sobra do consumo.
Parece fácil falar né? Mas antes de começar, você não pode dizer que é
difícil fazer!
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